Ilhas de compostagem foram instaladas em Gualtar e Azurém

A Universidade do Minho (UMinho) instalou, de forma pioneira, duas ilhas de compostagem junto às cantinas dos campi de Gualtar (Braga) e Azurém (Guimarães). Esta iniciativa surge no âmbito de um projeto coordenado por Fátima Bento, juntando cientistas das Escolas de Ciências e Engenharia, com o apoio dos Serviços de Ação Social (SASUM) e da Reitoria.

Como revela a academia minhota, no jornal digital Nós, esta implementação integra-se num «compromisso de sustentabilidade e de preservação do meio ambiente» assumido pela UMinho e pela Universidade de Santiago de Compostela, consubstanciado no âmbito do projeto Interreg Res4VALOR, sucessor do Res2ValHum.

Os SASUM são um dos parceiros, «para aumentar as competências sobre a separação seletiva de resíduos orgânicos para compostagem e constituir um modelo de boas práticas ambientais». Assim, a instalação das unidades de compostagem contou com a estreita colaboração dos SASUM e da equipa de gestão dos campi.

O projeto faz «um aproveitamento máximo da matéria orgânica com a colaboração do Departamento Alimentar dos SASUM, através da segregação dos resíduos nas linhas de preparação de alimentos – folhas de vegetais, partes não comestíveis de frutas, cascas de frutos secos, ovos, borras de café, saquetas de chá, entre outros –, que são posteriormente encaminhados para os compostores».

Citada pelo Nós, Fátima Bento salienta que «foram já obtidos resultados de investigação significativos no âmbito destes projetos». «Através de um estudo abrangente, no qual tanto o composto como as substâncias húmicas que o constituem foram caraterizados, estabeleceu-se uma escala de qualidade para este tipo de produto, particularmente na sua capacidade como fertilizante orgânico», revela na publicação.

Segundo o texto, a criação dessa escala, a primeira no seu género, «é de extrema importância», pois permite determinar as doses adequadas para maximizar o crescimento das culturas, mas também para definir o preço do composto com base no seu valor intrínseco. A académica realça que as investigações realizadas «possibilitaram avaliar o potencial do composto como adsorvente de contaminantes orgânicos persistente». A investigadora adverte que esses contaminantes «representam uma ameaça à qualidade das águas superficiais, devido à ineficácia dos métodos tradicionalmente usados nas estações de tratamento de água para eliminá-los ou retê-los de forma eficaz».

Por seu turno, para o pró-reitor para o Desenvolvimento Sustentável e o Planeamento dos Campi, Miguel Bandeira, referido no mesmo artigo, «este projeto é determinante e vai ao encontro das ações da UMinho no cumprimento dos seus objetivos de sustentabilidade». O responsável acrescenta que «é importantíssimo ter a universidade como motor dinamizador para novas iniciativas a favor da sustentabilidade, contribuindo para uma realidade ambiental mais equilibrada para as gerações futuras».

Mais informações:

https://www.diariodominho.pt/noticias/braga/2023-09-02-uminho-implementa-compostagem-pioneira-64f314b04e81d

http://www.nos.uminho.pt/Article.aspx?id=3671